Integrantes dos movimentos "Fora Collor" e "Collor Já" causaram momentos de tensão na praça Sinimbú, no Centro de Maceió, durante manifestação pelas ruas da capital alagoana. O Centro de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar teve de ser chamado para evitar um confronto entre os dois lados, que trocavam acusações.
A PM deteve duas pessoas por desordem, mas elas foram liberadas em seguida. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que fica diante da praça, reforçou a segurança, temendo depredação do prédio. Apesar da tensão, não houve confronto.
O "Fora Collor" foi liderado por integrantes do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e mais dez sindicatos e entidades da sociedade civil organizada. "Collor representa a corrupção e, na eleição, deputados acusados em crimes, como assassinatos, fazem campanha com Collor. Tememos isso", disse o coordenador do movimento, Adriano Argolo.
O "Collor Já" foi capitaneado pela "Juventude do PTB" e pelo prefeito da cidade de Traipu, Marcos Santos, que já foi preso acusado de corrupção. "Não queremos provocar nada. As ruas são públicas, podemos nos manifestar. Amanhã é aniversário do presidente (Collor) e queremos lembrar da data. Amanhã faremos uma outra manifestação", disse o coordenador da Juventude, Anderson Xavier.
Os dois movimentos reuniram 500 pessoas de cada lado. Os coloridos acusavam o "Fora Collor" de ser pago pelo governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), que disputa com o senador a cadeira marrom do Palácio República dos Palmares, sede do Executivo Estadual. "Veja a nossa estrutura e veja a deles. Cada um aqui pagou a sua camisa", disse Argolo, do "Fora". "Temos um interesse sim: o da cidadania. E para mostrar ao Brasil que nem todos em Alagoas querem Collor. Eu não quero", argumentava a costureira Francisday Farias.
"São os coloridos que estão sendo pagos. Recebi denúncias de que cada pessoa recebeu R$ 50,00 para segurar faixas a favor de Collor. Vou denunciar isso amanhã, ao Ministério Público Eleitoral", disse Antônio Fernando dos Santos, coordenador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral.
As duas pessoas detidas pela PM, entre os coloridos e acusadas de baderna, admitiram ter recebido R$ 20,00 para ajudar a segurar faixas. "Pagamos R$ 600 para trazer ônibus. Esse foi o dinheiro que usamos. Não pagamos pessoas", contestou o coordenador da Juventude do PTB, Anderson Xavier.
JB Online - RJ - Odilon Rios, Portal Terra
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